Esta ciência me conquistou há mais de 20 anos. Ciência que estuda, diagnostica, previne e trata diferentes disfunções corporais. E como ciência evolui constantemente, com a fisioterapia não poderia ser diferente. Desde sua regulamentação no Brasil, em 1969, a fisioterapia mudou muito. Passou de reabilitadora de pessoas com sequelas a preventiva orientando e capacitado trabalhadores e população em geral.
A Fisioterapia vai muito além do “dobra estica” de uma perna é autonomia de ir e vir sem ou com a menor limitação possível. É muito mais do que expelir secreção dos pulmões é ter capacidade de maior aproveitamento do nosso combustível e assim ter melhor benefício de todas as funções corporais. Ultrapassa a barreira da incontinência urinária e devolve o prazer de estar com seu/a parceiro/a. É mais do que curar feridas em períodos pós-operatórios é a capacidade do ser humano se superar. Muito melhor que aliviar dores é ter independência de realizar ações simples do dia como amarrar o cadarço do sapato. E ainda digo que vai mais além, porque pode ajudar a sair da depressão, da tristeza, da solidão onde o indivíduo se encontra muitas vezes após algum tempo no limbo da dor e da incapacidade.
Apesar do fisioterapeuta ser um profissional com autonomia de avaliar, diagnosticar, tratar e de liberar o paciente, algumas vezes o indivíduo não tem este entendimento e acaba o procurando apenas quando indicado por outro profissional. A verdade é que toda pessoa pode procurar um fisioterapeuta quando achar necessário. Mas o que acontece é que a cultura da automedicação está fortemente enraizada na nossa sociedade. Para criar hábitos novos se faz necessária a retirada de outros antigos é aí que precisamos de informação, orientação e persistência.
Com o advento dos convênios de saúde ficou estabelecido que o tratamento de fisioterapia seria realizado de 10 em 10 sessões. Isso foi uma maneira deles se organizarem, faz parte da sua logística. Muitas vezes isso assusta o paciente devido ao processo longo e demorado afastando o usuário do tratamento, porém nem sempre é assim esta é uma regra que não existe.
A verdade é que o fisioterapeuta avalia, define o tratamento e a técnica indicada para o caso. Traça o prognóstico de evolução, informa e orienta o paciente sobre seu compromisso junto ao processo de recuperação. Isso quer dizer que não temos um protocolo, somos únicos e os tratamentos são personalizados. O sucesso do tratamento depende da interação profissional/paciente, vinculado a avaliação que está ligada as informações que o paciente traz e juntamos isso ao exame clínico. É de suma importância o rastreamento da disfunção a fim de encontrar o gatilho desencadeador do processo para isso se faz necessário que o fisioterapeuta tenha um raciocínio clínico avançado (RCA).
O fato é que cada um tem responsabilidade sobre seu estado. Não existe pílula mágica, é trabalho em conjunto. Hoje, amanhã e depois. Constância é imprescindível para a conquista de novos hábitos. Manter nosso corpo funcionando depende mais de nós mesmos do que do profissional. Para isso é indispensável uma boa orientação. Procure um profissional que te olhe nos olhos, te escute e te chame para segurar no volante da tua vida. Procure a solução e saia de vez da masmorra do problema para desfrutar da liberdade.
